Embarcação Luzitânia, que é um patrimônio histórico nacional, tombou submersa após cheia do rio em Pão de Açúcar, em Alagoas.
A ONG Canoa de Tolda entrou na Justiça contra o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) após a embarcação Luzitânia afundar no Rio São Francisco, no município de Pão de Açúcar, em Alagoas. Uma campanha virtual foi criada no sábado (29) para arrecadar recursos e tentar retirar da água a última canoa de tolda preservada no país.
De acordo com Carlos Eduardo Ribeiro Jr., membro da Canoa de Tolda, tripulante da Luzitânia e um dos responsáveis pela sua conservação, o IPHAN tem ciência da situação de vulnerabilidade da embarcação desde o dia 11 de janeiro, quando foi anunciado o aumento da vazão da Hidrelétrica de Xingó, entre Alagoas e Sergipe.
As vazões dos reservatórios de Sobradinho e Xingó foram elevadas gradualmente do patamar de 1.000 m³/s para o patamar de 4.000 m³/s no período de 12 a 24 de janeiro. Diversos municípios ribeirinhos sentiram o impacto da cheia do rio, que encobriu também barracas que ficavam às suas margens.
A advogada Jane Tereza Vieira da Fonseca, que coordena a equipe que moveu a ação contra o IPHAN na 3ª Vara da Justiça Federal em Sergipe, explicou que a expectativa é de que uma liminar favorável seja proferida pela Justiça o mais breve possível.
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Canoa de Tolda é símbolo do Rio São Francisco, na região do Sertão entre Alagoas e Sergipe — Foto: Nilton Souza
Financiamento coletivo para salvar a canoa de tolda
Mas enquanto a resposta não chega por via judicial, o patrimônio nacional continua se deteriorando debaixo d’água. Sem tempo a perder, a Sociedade Canoa de Tolda abriu uma campanha através da plataforma Catarse, para adesões de qualquer valor, com o objetivo de arrecadar R$ 60 mil em até 20 dias.